Porque lutamos.
A vida é assim. Nós não paramos para nos dar conta das coisas que acontecem na nossa vida.
Vivemos um dia depois do outro, quase por inércia.
Mas não é assim.
Eu sempre tive essa vontade de fazer sentido, de encontrar uma razão para existir, buscar respostas diferentes, viver meu tempo plenamente.
Por isso invejava meus amigos que haviam se aventurado pelo mundo na busca de um crescimento pessoal.
Eu sabia que não era fácil, por isso respeitava demais aqueles que tinham a energia e a coragem te se reinventar.
No ano passado foi a minha vez de buscar algo mais.
Saí da propaganda, montei minha empresa. Percebi que havia encontrado algo que fazia sentido.
Como eu já disse para muitos de vocês, eu adoro falar. Não é demais que as pessoas paguem para que eu faça isso?
Um novo desafio, algo estimulante que realmente ressoava no meu espírito. (não essa coisa metafísica que vocês adorariam que eu confessasse que acredito, mas essa voz silenciosa que ecoa na nossa cabeça, que faz a gente sentir até nos poros)
Tudo maravilhoso. Carreira nova, casa nova, cidade nova, muitos desafios e minhas musas ao meu lado.
Eu até tinha a oportunidade de estar com a minha querida dona fofinha muito mais.
Afinal o que é o trabalho senão uma ferramenta para tornar sua vida mais extraordinária? A gente se esquece que o trabalho é um meio, e não um fim.
Atualmente o trabalho é a medida do homem (ou da mulher), mas eu tenho a sensação de que somos muito mais.
Coisa maravilhosa essa que é o ser humano.
Somos muito mais do que o nosso trabalho. Somos nossas esposas, filhos, amigos, parentes, esportes, passatempos, filmes, conversas na mesa de bar, nosso sono e nosso ócio. Somos nossas férias, nossas discussões, nossos medos e nossos prazeres. Somos feitos de vários álbuns de fotos, de muitos eventos e reuniões.
Não só o trabalho.
Mas o que acontece quando você chega em um momento, uma hora em que parece que tudo está fazendo sentido e você está colocando um monte de fotos lindas em todos os seus álbuns, em que você tem que decidir se abre mão de tudo isso para fazer algo totalmente novo?
Foi por isso que eu passei quando ouvi a proposta de vir para Dubai.
Não disseram que em time que está ganhando não se mexe?
Eu mexi.
Onde estou agora?
12000 quilômetros em linha reta. 7 horas de fuso. Já seria distante o suficiente, mas a sensação é de que estou em outro planeta, talvez outra galáxia.
Então, porque estou aqui?
O que é que essa experiência vai me trazer que compense estar longe de tudo aquilo que me deu sentido até agora?
Que tipo de recompensa eu vou ter por passar 3 meses longe do meu bebezinho lindo, que quando eu deixei no dia 12 de junho estava começando a se aventurar no fantástico universo de juntar 2 palavras ou mais para expressar seus pensamentos e vontades, e que agora está falando frases completas?
Esse tempo não vai voltar.
Mas eu posso garantir que vou aproveitar cada momento - seja ele prazeroso ou doloroso - para tornar a minha passagem por esse pálido ponto azul chamado Planeta Terra algo pleno de significado.
Nosso tempo aqui é precioso.
E não sei quanto a vocês, mas para mim não existe outra chance de viver a vida.
Vou me ocupar de vivê-la e, quem sabe, contar para vocês mais uma história ou duas.
1 comment:
provável trilha no i-pod:
i will survive.
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