Enfim eles.
Ontem fui para Abu Dhabi. Uma viagem de 140km para ir e o mesmo para voltar.
Tinha que mandar uma procuração para o Brasil e a única maneira de fazer isso é visitando a embaixada brasileira.
Me preparei muito bem. Procurei mapas da cidade na internet, fiz meu itinerário certinho e memorizei o endereço.
Não era para ter erro. Era só ir até a rua 5 (as ruas lá são numeradas) e achar a embaixada.
Uma hora e meia perdido no meio da cidade que tem o trânsito mais lento do mundo e eu desisti e pedi arrego. Liguei para lá para conseguir umas indicações. (claro que não demorou tanto para eu ligar, mas sim para chegar. Mas para efeitos dramáticos usei o valor total)
Quem atendeu foi um cara indiano que tinha o sotaque mais carregado que eu já ouvi. E todas as indicações que ele me dava eram lugares com nomes árabes ainda mais difíceis de se entender. Uma hora me enchi e parei numa ruazinha e abandonei o carro. De pergunta em pergunta fui me aproximando de lugares com nomes que lembravam aquela coisas incompreensíveis que o indiano falava. Algum tempo e muito suor depois avisto a abençoada bandeira da pátria mãe tupiniquim.
Lá dentro o indiano e uns folhetos cheios de mulheres de tangas dos anos 80 e opalas parados no pelourinho. Tudo com cara de velho. Mas essa era só a entradinha da embaixada, lá dentro era outra história.
Muito tempo depois o embaixador em pessoa apareceu e me convidou para um café. Eu e uma mulher doidinha vinda direto de Itu. Uma decoradora de uns 55 anos que se converteu ao islamismo depois de arrumar um amigo muçulmano pela internet. Largou tudo e veio para Abu Dhabi na louca total.
E como falava. Nunca vi igual. A história dela demorou umas 2 horas, só parou quando o embaixador apareceu. Eu não tenho certeza, mas juraria que ela não respirava para falar. Não tinha interrupções.
O nosso café com o embaixador foi muito bacana. Nada como estar em contato com a nata da diplomacia brasileira. Uns caras com um formação sólida. Político e homem de negócios desterrado há muitas décadas. Um mundo com o qual não temos muito contato e que é muito interessante.
Com a procuração na mão e com aquela sensação maravilhosa de ter passado mais de 2 horas pessoas falando em português - vocês não têm idéia como faz bem para os ouvidos - tomei o caminho da roça. Desta vez não teve erro.
Isto resumiria minha aventura do dia 23 se não tivesse passado por uma experiência única e tão esperada.
Enquanto pegava a estrada para Abu Dhabi lá estavam eles.
E não poucos. Dezenas. Para todos os lados, como se estivessem esperando o momento de fazer sua aparição triunfal.
No meio de uma área imensa do deserto estavam, enfim, os camelos.
VINI, VIDI
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