Monday, June 19, 2006

Thursday, June 15, 2006

Peladeiro.

O churrasco estava bom.
Cerveja gelada e picanha à vontade como deve ser.
Aí chegou a hora da pelada.
Ele estava fora de forma, todo mundo comentava da sua barriga, mas não tem problema.
É só ficar na banheira esperando a bola que uma hora pinta uma chance de gol. E ainda dá para deixar um copinho de cerveja do lado da trave do gol adversário.
Como a bola não estava chegando ele esboça um pique.
Pronto, já fiz minha parte.
Depois de um tempo pedem para ele sair para outro amigo entrar.
Saindo do campo, cansado e com vontade de tomar mais cerveja, ele ainda tem que ouvir os amigos provocando:
"Porra, Ronaldo, você está uma merda mesmo!"
Será que sobrou picanha?

Wednesday, June 14, 2006

Bola é o que rola.

Para quem não sabe a Copa do Mundo está acontecendo.
Pode ser óbvio para os habitantes da Pindorama, mas lembrem-se de que estou no Oriente Médio.
Bom, se fosse um país normal do Oriente Médio também não teria problema, mas aqui são os Emirados Árabes Unidos.
Aqui a maior parte da população - 60% - gosta de de críquete.
Para quem não sabe críquete é aquele jogo que parece o Bets quando crescer - tem até casinha!
Pois é, críquete é o jogo favorito dos indianos, que estão para todos os lados aqui.
O resto é vidrado em futebol, como todo o resto do mundo.
O problema é que aqui não tem futebol em TV aberta. Para assistir a Copa em casa você tem que pagar - e muito!
Sai uns 400 reais para ver a Copa inteira - o que tira o zé povinho da equação.
Quem não tem dinheiro ou não quer pagar ou prefere calor humano, para adicionar ao calor insuportável que faz aqui atualmente, existem os bares e pubs que estão transmitindo todas as partidas.
Lá você encontra uma platéia multinacional muito animada.
Animada pelo clima de Copa do Mundo e pelo álcool que é fartamente consumido pelos torcedores. Tudo bem que uma caneca da loira não-tão-gelada aqui custa mais de 15 reais, mas a galera não quer nem saber, é só alegria.
Como tem gente de todos os cantos do mundo - e uma parte deles sem representantes na Copa - você acaba encontrando alguém que é Tunísia desde pequenininho, Ganense Roxo e Ucraniano doente.
E a maioria adora o Brasil. Ama o Brasil.
Um pouco porque a gente é meio o vira-lata que deu certo, outro pouco porque jogamos um futebol bonito para cacete e mais um pouquinho porque a gente escreve 100% Jardim Irene na camiseta quando vence a Copa.
E eu sou o brasileiro do pedaço.
Logo eu que gosto mesmo é de jogar basquete.
Eu que tenho uma habilidade única e incomparável que me faz ser um artilheiro respeitável nas peladas: tenho tanta consciência da minha falta de habilidade que chuto direto para o gol - coisa que ninguém espera nesta terra de aspirantes a Garrincha e Ronaldinho, inclusive - e principalmente - os goleiros. Por isso pego todos desprevenidos.
Tem poucos brasileiros aqui nos Emirados - e só um trabalhando em propaganda - este seu humilde interlocutor.
Todo mundo vem a mim para falar de futebol.
Um carinha libanês criado aqui, que sabe tudo de futebol europeu, sempre me visita para fazer comentários sobre este e aquele jogador. E eu nunca ouvi falar em 70% deles.
"Eu não acredito que ele convocou o Frommage ao invés do Bambeau Lé..."
Eu faço cara de choque e faço um comentário assim:
"Eu também não entendi essa convocação. Ela pode ser muito arriscada."
Claro que não entendi. Não faço a mínima idéia de quem sejam esses caras.
Mas falo com uma cara séria e com um tom de voz grave. Aí ele olha para mim com aquela cara "puxa, que bom que tem alguém aqui que entende realmente de futebol para eu poder conversar" e continua falando daquele exército de desconhecidos.
A ansiedade entre os fãs de futebol nos Emirados estava altíssima nos dias que antecederam a Copa. Não se falava de outra coisa.
E eu, como O Brasileiro de plantão, era a vítima preferencial. A cada 5 minutos alguém aparecia para me perguntar do Brasil, para falar do da do jogo, para perguntar onde eu ia assistir, para falar do time e como amam o Brasil, para falar que eles eram favoritos...blá, blá, blá.
Aí começou a Copa de verdade.
É estranho estar longe do Brasil nesta hora. O clima lá muda. As pessoas são tomadas de uma esperança e expectativa extremamente positiva. É como se o país inteiro parasse de sofrer com a luta diária, como se o peso que cada um carrega nos ombros ficasse muito mais leve. A Copa mexe com a brazucada. Faz falta isso.
Mas aqui o pessoal curte muito tudo. Combinam de assistir no bar Tunísia contra Arábia Saudita só pelo prazer de assistir futebol com os amigos.
E como o dia do jogo do Brasil ia chegando, todos queriam saber onde os brasileiros iam aparecer.
Todo mundo sabia de um lugar diferente onde todos os brasileiros iam assistir o jogo.
De cabeça me lembro de pelo menos 4 lugares diferentes.
Não há brasileiro que chegue para tanto lugar. Devem ter fantasiados uns indianos de baiana para enganar a galera.
No final decidimos ir para o Pachanga - um bar latino no Hilton de Jumeirah, que tem um gerente brasileiro.
O jogo em si é assunto para outro post.

Friday, June 09, 2006

The day after.

Ainda me recuperando da mudança.
A semana foi bem tranquila, o que ajudou. Tenho uns 20 posts para escrever e vou ver se me concentro neste fim de semana para terminá-los.
Hoje acordei às 6 da matina para levar a Dri para o aeroporto. Ela está indo para o Cairo para o Congresso Internacional da Mulher - tudo pago pela Microsoft.
E eu aqui tenho que montar uns armários, o sofá balanço do jardim e mais uma cama novo.
Isso sim é que é glamour.

Tuesday, June 06, 2006

"Você conseguiu falar com o pessoal da mudança?"
"Eles ficaram de me ligar."
"Mas a gente tem que mudar amanhã. Vai ficar muito em cima da hora."
"Ah, a gente não tem mobília. É só carregar nossas coisas nos carros. Vai ser rapidinho."
"Acho que você tem razão. E a gente ainda economiza a grana da companhia de mudança."
"Isso mesmo."
"Boa!"
17 horas de mudança e 8 viagens depois...