Sunday, July 31, 2005

Minha maior aventura em Dubai.

Ontem me lancei num território novo e desconhecido. Decidi mais uma vez sair da zona de conforto (como se eu estivesse em uma) e arriscar tudo em um empreendimento arriscado e assustador. Vocês sabem que eu sou corajoso, mas desta vez mesmo para meus padrões quase foi demais, estive prestes a desistir.
Fui cortar o cabelo.
Vocês acham que isso é fácil?
Primeiro você está em um país completamente diferente. Depois você percebe que nas suas aulinhas de inglês nunca houve uma lição sequer em que você tem uma alegre conversação com um barbeiro ou cabelereiro. Ou seja, você está basicamente no escuro.
A aventura começou quando perguntei para um amigo aqui da agência, o Khaled, um egípcio muito gente boa, e para um amigo dele - um indiano chamado Sahil, não menos legal - onde cortar o cabelo. Eu sabia que a pedrada não ia ser fácil - e vocês sabem como a minha separação com o dinheiro quando relacionada a atos de vaidade é difícil. Eles falaram de lugares que custam 200 DHS ((dirhams, para quem não sabe - é a moeda local - uns 140 pilas). Mas também achavam muito caro. Tinham outros por 100 e eles disseram que o negócio era ir até Jumeira Beach que tinha uns salões simplezinhos que cobravam até 10 DHS - agora eles estavam falando a minha língua.
Óbvio que eu fui até lá e não achei nenhum salão. Devo ter passado na frente mas não vi nenhum.
Aí me lembrei de um lugar que era perto do hotel onde fiquei as primeiras semanas depois de chegar a Dubai.
É no meio do bairro indiano em Bur Dubai e realmente custava 10 DHS! Barato até para o Brasil.
Como já estava no meio do caminho não foi difícil chegar lá.
Conferi o preço na janela - realmente 10 DHS, e com direito a massagem na cabeça no fim - e entrei.
Um cara estava fazendo a barba de um indiano com aquela coisinha colorida na testa e dois caras estavam estirados nos sofás, dormindo.
Aí o que está fazendo a barba acorda um que está dormindo e ele acorda, meio descabelado e com cara de travesseiro - mesmo que não tivesse nenhum travesseiro na cena.
Esse foi o momento da decisão, aquela hora em que você sente a adrenalina sendo bombeada. Me lembrou a hora em que estava no meio da ponte na Nova Zelândia e tinha chegado o momento de pular. Pulei, quero dizer, mandei o cara cortar o cabelo.
Não teve nenhum problema com o inglês - ele não entendia nada, a não ser uma palavra: short!
Ele começou e a cortar, e não parava mais. E nestas horas eu gostaria de ser religioso para pedir aos céus "Senhor, por favor, não permita que esta boa alma corte meu cabelo tijelinha e nem que ele raspe minhas costeletas na altura da orelha."
A finalização foi feita inteirinha com gilete - novinha por sinal. Mais emoção. Muita emoção. Mas o descabelado mandou bem.
Para coroar minha aventura ele pega uma máquina que parece um daqueles negócios de amassar cimento e que vibra e liga em cima da minha cabeça - essa era a massagem.
Posso te dizer que estou tendo um curso avançado de linguagem de sinais, porque funcionou, não sei bem como.
Saí feliz da vida com meu cabelo cortado, por 10 DHS e com a sensação de ter vivido uma grande aventura.
Mais barato que o bungy jumping.

1 comment:

mauro said...

dá-lhe, mulit.