Estou aqui há mais de três semanas e hoje estou acompanhando minha segunda tempestade de areia.
Não é uma daquelas coisas fantasmagóricas que arrastam caravanas de beduínos para o esquecimento.
Tudo está meio amarelo e da janela da minha sala (coisa boa essa de ter a minha própria sala depois de tantos anos trabalhando em departamentos de criação abertos) a vista, que já é impressionante, ganhou dimensões de sonho.
Daqui posso ver o palácio do sheikh de Dubai. Ou melhor, um dos palácios. É interessante ter uma medida do que alguns bilhões de dólares e o título de líder supremo podem comprar.
Depois eu conto mais sobre essa propriedade que domina a minha vista. O que eu posso dizer agora é que ela está mergulhada nessa névoa amarela que só faz aumentar essa sensação de estranheza que ainda me acompanha.
Nossos sentidos são treinados para reconhecer padrões que nem percebemos conscientemente. Quando essa realidade nos é tirada parece que estamos num sonho. Às vezes é assim que me sinto. Mas este sentimento vai ficando cada vez mais sutil a medida que passam os dias.
Hoje vou fazer a proposta para uma villa que vi ontem. Os preços dos aluguéis aqui são astronômicos, mas acho que só vou relaxar e passar a me sentir parte da paisagem quando tiver meu canto definitivo para ficar.
Vamos ver o que dá.
Câmbio e desligo.
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