Thursday, July 07, 2005

Se tudo der certo estou deixando hoje o hotel.
Uma das piores coisas deste início de experiência longe de casa é estar em um hotel.
Hotel não é vida, é uma semi-existência. Você não está realmente, você não faz parte do lugar.
Quando você vai para lá parece que está entrando em um limbo atemporal, onde você só tem duas opções: ou se refugia na leitura e se deixa levar para longe ou fica em estado vegetativo na frente da televisão, com os sentidos entorpecidos e a mente em ponto morto.
A idéia é sempre manter a mente ocupada, porque se você deixa a cabeça solta ela invariavelmente te leva de volta para casa. E casa ainda significa aquele lugar adorável onde eu curtia meus dias com as minhas meninas. Aí você sofre.
Pois é, talvez hoje eu consiga ir para o novo lugar que um dia eu vou chamar de casa.
Eu sei que mudar para um lugar novo é que nem começar um relacionamento. Você precisa se acostumar com o jeito do outro, saber onde estão as coisas que você gosta e como você se encaixa (não só neste sentido que você está pensando).
Quando você começa um relacionamento não consegue dormir abraçado - porque você ainda não sabe aonde estão as coisas e sempre tem um cotovelo e um joelho fora do lugar. Com o tempo parece que são duas peças moldadas que foram feitas para se encaixar. (perdão Nick Hornby)
Com as casas novas a coisa é igual. Demora um tempo para que seus joelhos parem de ter encontros inesperados. Demora para saber qual a gaveta onde estão os talheres. Mas é só dar tempo ao tempo.

Câmbio e desligo.

No comments: