Friday, September 16, 2005

Concorrências

Como alguns de vocês sabem, para mim já é fim de semana.
Mas o trabalho não pára. Me reuni com uma equipe para preparar uma campanha chatíssima para uma concorrência.
Por que será que as concorrências são sempre chatas?
Em propaganda as concorrências são as coisas mais pentelhas do mundo. Pode ser no Brasil, nos Estados Unidos, na França, em Dubai e em Uganda. Parece que tem uma lei universal tão forte como a lei da gravidade.
Quando você está trabalhando em uma concorrência a sensação é de que vai para um limbo para onde todos os profissionais de propaganda vão, um lugar sem fronteiras em que todas as agências de todos os lugares parecem se encontrar.
Um imaginário coletivo publicitário que é a definição da chatice.
São trabalhos longos, desgastantes, imensos e que têm dúzias de pessoas com diferentes expectativas envolvidas - e no final todas têm que ficar satisfeitas.
Quase como uma reunião do conselho de segurança da ONU. A única diferença é que às vezes o conselho de segurança chega a um consenso.
E, no fim, a apresentação.
Aí não importa muito se o trabalho é bom ou é ruim. Sempre tem alguma coisa que não tem nada a ver com a qualidade da criação que vai definir se você ganhou. Se ela for terrível com certeza vai ajudar a perder. Mas se for maravilhosa não garante nada. Sempre tem alguém que conhece alguém que faz com que o resultado mude.
A apresentação é sempre igual. Se você apresenta não tem a mínima idéia do que o cliente pensou - eles sempre fazem cara de jogadores de pôquer. Se é outra pessoa que apresentou ela sempre chega dizendo que foi fantástico, maravilhoso. Mas você sabe que é balela. Quando está lá nunca é claro.
Tudo bem, você ganhou. Aí vem a parte mais irritante. Sua campanha NUNCA é produzida. O cliente diz: "muito bem, vocês ganharam. Agora vou dizer o que quero realmente."
Bem vindos ao maravilhoso mundo da propaganda mundial.
Mudam os endereços, mas não as mos...quero dizer, o estilo.

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