Pérolas de sabedoria.
Quando estiver criando anúncios e comerciais nos Emirados - e no resto do Oriente Médio - você não deve usar:
1 - Política
2 - Religião
3 - Sexo
4 - Camelos
Wednesday, October 26, 2005
Monday, October 24, 2005
Onde fica?
O tempo passa. A tecnologia chega. Carros velozes e modernos, internet, tv a cabo, edifícios que parecem ter saído de filmes de ficção científica...
Mas qual é o seu endereço?
Aqui em Dubai as coisas não tem endereço.
Achar um nome de rua é um parto. As avenidas até tem placas, mas vai tentar achar um número...
Para se localizar aqui você tem que ser um pouco beduíno.
Onde fica este oásis?
Ande 2 dias até uma árvore grande na direção do pôr-do-sol e vire à esquerda. Mais um dia de marcha e você chega no lugar.
Ainda é assim.
Os anúncios não tem endereços. Tem telefones.
Você liga para o lugar e eles dizem como chegar lá.
"Vá até a torre do relógio e vire em direção ao Al Khaleej Plaza Hotel. Quando cruzar o Al Maktoom Building você vai ver uma Coop - diminutivo de Cooperative, um supermercado local -aí você me liga que eu vou te pegar"
As indicações são assim. Mas com um sotaque estranho falando nomes ainda mais estranhos.
Já estou acostumado a me perder - faz parte da aventura.
Os lugares não tem CEP ou ZIP code.
O que acaba acontecendo é que toda a nossa correspondência acaba indo para os lugares onde trabalhamos - que em geral ficam em edifícios conhecidos e têm caixas postais que agilizam o processo.
Correio aqui é transportado por lesmas disfarçadas e os carteiros têm cérebro de pombos-correio para achar os lugares.
E neste exato momento tenho um jantar para ir sabe onde?
Sabe aquela árvore grande? Siga até ela e vire à esquerda.
Assim caminha a humanidade.
O tempo passa. A tecnologia chega. Carros velozes e modernos, internet, tv a cabo, edifícios que parecem ter saído de filmes de ficção científica...
Mas qual é o seu endereço?
Aqui em Dubai as coisas não tem endereço.
Achar um nome de rua é um parto. As avenidas até tem placas, mas vai tentar achar um número...
Para se localizar aqui você tem que ser um pouco beduíno.
Onde fica este oásis?
Ande 2 dias até uma árvore grande na direção do pôr-do-sol e vire à esquerda. Mais um dia de marcha e você chega no lugar.
Ainda é assim.
Os anúncios não tem endereços. Tem telefones.
Você liga para o lugar e eles dizem como chegar lá.
"Vá até a torre do relógio e vire em direção ao Al Khaleej Plaza Hotel. Quando cruzar o Al Maktoom Building você vai ver uma Coop - diminutivo de Cooperative, um supermercado local -aí você me liga que eu vou te pegar"
As indicações são assim. Mas com um sotaque estranho falando nomes ainda mais estranhos.
Já estou acostumado a me perder - faz parte da aventura.
Os lugares não tem CEP ou ZIP code.
O que acaba acontecendo é que toda a nossa correspondência acaba indo para os lugares onde trabalhamos - que em geral ficam em edifícios conhecidos e têm caixas postais que agilizam o processo.
Correio aqui é transportado por lesmas disfarçadas e os carteiros têm cérebro de pombos-correio para achar os lugares.
E neste exato momento tenho um jantar para ir sabe onde?
Sabe aquela árvore grande? Siga até ela e vire à esquerda.
Assim caminha a humanidade.
Sunday, October 23, 2005
Saturday, October 22, 2005
Os nenéns árabes.
Os nenéns árabes - principalmente os do Golfo - são esquisitos.
Eles não têm aquele olhar vago, sonhador, dos nenéns ocidentais.
Eles têm um olhar focado é sério. Cheio de propósito. E eles nunca choram.
Pelo menos eu nunca vi.
De vez em quando eu penso que são anõezinhos disfarçados.
Que medo!
Os nenéns árabes - principalmente os do Golfo - são esquisitos.
Eles não têm aquele olhar vago, sonhador, dos nenéns ocidentais.
Eles têm um olhar focado é sério. Cheio de propósito. E eles nunca choram.
Pelo menos eu nunca vi.
De vez em quando eu penso que são anõezinhos disfarçados.
Que medo!
Quem são os bárbaros?
Quando você diz que vai para um lugar no Oriente Médio a primeira coisa que as pessoas pensam é que você está louco.
Quando você diz que vai levar sua família junto aí pensam que deveriam cololocá-lo em uma camisa de força.
Eu adoraria dizer que estou um lugar que é o mais próximo de outro planeta que se pode experimentar se ser abduzido por camaradinhas cinzentos e cabeçudos.
Mas não é bem assim.
Você descobre quando vem para Dubai é que os seres humanos são muito parecidos. Que eles pensam igual e querem basicamente as mesmas coisas.
As pessoas que encontro aqui são menos alienígenas do que franceses, por exemplo. Ou, numa maior escala, do que holandeses.
E nem estou falando de suecos, finlandeses e noruegueses.
Naior parte dos casos considerar alguém selvagem ou incivilizado é uma questão de falta de informação, ignorância e, muitas vezes, burrice.
E quando se trata de Oriente Médio nós, cidadãos do mundo, somos extremamente ignorantes.
O importante é não terceirizar o conhecimento.
Não deixar que o Zeca Camargo e o Sergio Chapelin sejam a ferramenta pela qual entendemos o mundo.
Vocês gostam quando quando dizem que Brasil é um país onde só existem favelas e futebol e que uma vez por ano se entrega a um espetáculo orgiástico digno dos mais devassos imperadores romanos?
Bom, não está muito errado...
Mas somos muito mais do que isso!
Chega de Jornal Nacional!
Assistam ao Al Jazira.
Quando você diz que vai para um lugar no Oriente Médio a primeira coisa que as pessoas pensam é que você está louco.
Quando você diz que vai levar sua família junto aí pensam que deveriam cololocá-lo em uma camisa de força.
Eu adoraria dizer que estou um lugar que é o mais próximo de outro planeta que se pode experimentar se ser abduzido por camaradinhas cinzentos e cabeçudos.
Mas não é bem assim.
Você descobre quando vem para Dubai é que os seres humanos são muito parecidos. Que eles pensam igual e querem basicamente as mesmas coisas.
As pessoas que encontro aqui são menos alienígenas do que franceses, por exemplo. Ou, numa maior escala, do que holandeses.
E nem estou falando de suecos, finlandeses e noruegueses.
Naior parte dos casos considerar alguém selvagem ou incivilizado é uma questão de falta de informação, ignorância e, muitas vezes, burrice.
E quando se trata de Oriente Médio nós, cidadãos do mundo, somos extremamente ignorantes.
O importante é não terceirizar o conhecimento.
Não deixar que o Zeca Camargo e o Sergio Chapelin sejam a ferramenta pela qual entendemos o mundo.
Vocês gostam quando quando dizem que Brasil é um país onde só existem favelas e futebol e que uma vez por ano se entrega a um espetáculo orgiástico digno dos mais devassos imperadores romanos?
Bom, não está muito errado...
Mas somos muito mais do que isso!
Chega de Jornal Nacional!
Assistam ao Al Jazira.
Thursday, October 20, 2005
"A verdadeira viagem de descoberta consiste não em buscar novas paisagens, mas em ter novos olhos" Marcel Proust.
Foi com essa citação que comecei minha apresentação da campanha de Emirates Airlines - ou só Emirates, como eles gostam de ser chamados.
E acho que é assim que devemos levar nossas vidas.
Não precisamos mudar de lugar para descobrir algo novo.
A chave é estar sempre preparado para olhar para onde estamos de uma maneira original.
É possível sentar todo dia no seu escritório e sempre ver algo novo. E para isso você não precisa vir para Dubai. Só acredite na minha palavra.
Se bem que vir para Dubai ajuda...
Às vezes os novos olhos tem que ser importados.
E os meus olhos importados chegaram há um pouco mais de duas semanas.
Não dá para imaginar a quantidade de descobertas que um par de olhos fresquinhos proporcionam.
Os maravilhosos olhos da minha querida musa me trouxeram uma nova Dubai.
São novas cores, novos insights - ou sacadas, no bom e velho português, novas paisagens.
Foi ela que descobriu detalhes dos tetos do exagerado Ibn Battuta Shopping Mall - onde cada ala tem o estilo de um país do passado.
Ela que descobriu novos cheiros e sabores nos supermercados.
Foi quem descobriu detalhes da iluminação noturna do Burj Al Arab.
E, melhor de tudo, foi ela quem descobriu que as mulheres locais que vestem preto - abeyyas, como eles chamam estas túnicas - tem uma maneira toda especial de comunicar sua vaidade e sua predileção pelo luxo para quem só pode observar parte do seu rosto - às vezes nem isso.
Elas dizem isso usando as suas bolsas.
Bolsas Gucci, Prada, Fendi, Ferragamo, Louis Vuitton e etc.
Coisas que eu nunca havia percebido porque para mim dizem pouco - ou nada.
Mas que dizem muito.
Mulheres são mulheres. Não importa aonde você esteja.
Para entender isso você só precisa de novos olhos.
Foi com essa citação que comecei minha apresentação da campanha de Emirates Airlines - ou só Emirates, como eles gostam de ser chamados.
E acho que é assim que devemos levar nossas vidas.
Não precisamos mudar de lugar para descobrir algo novo.
A chave é estar sempre preparado para olhar para onde estamos de uma maneira original.
É possível sentar todo dia no seu escritório e sempre ver algo novo. E para isso você não precisa vir para Dubai. Só acredite na minha palavra.
Se bem que vir para Dubai ajuda...
Às vezes os novos olhos tem que ser importados.
E os meus olhos importados chegaram há um pouco mais de duas semanas.
Não dá para imaginar a quantidade de descobertas que um par de olhos fresquinhos proporcionam.
Os maravilhosos olhos da minha querida musa me trouxeram uma nova Dubai.
São novas cores, novos insights - ou sacadas, no bom e velho português, novas paisagens.
Foi ela que descobriu detalhes dos tetos do exagerado Ibn Battuta Shopping Mall - onde cada ala tem o estilo de um país do passado.
Ela que descobriu novos cheiros e sabores nos supermercados.
Foi quem descobriu detalhes da iluminação noturna do Burj Al Arab.
E, melhor de tudo, foi ela quem descobriu que as mulheres locais que vestem preto - abeyyas, como eles chamam estas túnicas - tem uma maneira toda especial de comunicar sua vaidade e sua predileção pelo luxo para quem só pode observar parte do seu rosto - às vezes nem isso.
Elas dizem isso usando as suas bolsas.
Bolsas Gucci, Prada, Fendi, Ferragamo, Louis Vuitton e etc.
Coisas que eu nunca havia percebido porque para mim dizem pouco - ou nada.
Mas que dizem muito.
Mulheres são mulheres. Não importa aonde você esteja.
Para entender isso você só precisa de novos olhos.
Tuesday, October 18, 2005
Que vista!
No final de semana passado fomos jantar com um casal de amigos libaneses no Madinat Jumeira, um hotel de frente para o mar que parece um castelo árabe antigo - e que fica do lado do Burj Al Arab.
O jantar foi num deck montado no meio da praia e a vista é coisa de cartão postal vagabundo.
Sabe que que cartão postal vagabundo sempre mostra aquelas fotos óbvias que a gente adora ver, mas tem vergonha de contar ou mandar para os amigos.
Esta era a vista do deck. Atrás da gente um castelo árabe sensacional. Do lado um dos prédios mais extraordinários do mundo - e um dos meus favoritos. Uma vista de sonho.
Para variar os libaneses pediram toneladas de comida - que aliás estava ótima.
Do nosso lado um monte de gente fumando shishas - o mesmo que narguilé - o que deixava o ar perfumado e leve.
A Carolina adorou o cheirinho - e comentou isso. Aliás ela era a única criança no lugar.
Foi engraçado porque foi a primeira vez que a ela saiu com a gente e com um casal que não falava português. Bom, a esposa do meu amigo não falava, porque ele passou a adolescência em Campinas.
Acho que já falei isso, mas dane-se. Se você me aguentou agora vai tolerar umas piadas repetidas.
Inglês foi a língua da noite.
E a pequena não entendia nada.
Caramba, deve ter pensado ela, gasto minha vida inteira aprendendo uma língua e esses caras agora decidem trocar tudo??!!!
Uma hora ela falou "Pára todo mundo. Vocês tão deixando a Calol maluca!!!"
A trilha sonora era feita por dois caras tocando música árabe - alaúde, tabla e vocais.
O visual, o cheiro e os sabores me fizeram ter de novo a sensação de que estou em outro planeta.
O pior é que eu tinha parado o carro no estacionamento do Souq (mercado) do hotel, que era longe pacas e na subida. Já pensou como foi a tarefa de carregar este colossinho por meia hora?
Nem preciso de academia.
Também nem preciso falar no tamanho da conta...não quero deixar ninguém chocado.
Use sua imaginação.
A vida é uma aventura ousada, ou nada.
Mas a comida e a vista são boas.
No final de semana passado fomos jantar com um casal de amigos libaneses no Madinat Jumeira, um hotel de frente para o mar que parece um castelo árabe antigo - e que fica do lado do Burj Al Arab.
O jantar foi num deck montado no meio da praia e a vista é coisa de cartão postal vagabundo.
Sabe que que cartão postal vagabundo sempre mostra aquelas fotos óbvias que a gente adora ver, mas tem vergonha de contar ou mandar para os amigos.
Esta era a vista do deck. Atrás da gente um castelo árabe sensacional. Do lado um dos prédios mais extraordinários do mundo - e um dos meus favoritos. Uma vista de sonho.
Para variar os libaneses pediram toneladas de comida - que aliás estava ótima.
Do nosso lado um monte de gente fumando shishas - o mesmo que narguilé - o que deixava o ar perfumado e leve.
A Carolina adorou o cheirinho - e comentou isso. Aliás ela era a única criança no lugar.
Foi engraçado porque foi a primeira vez que a ela saiu com a gente e com um casal que não falava português. Bom, a esposa do meu amigo não falava, porque ele passou a adolescência em Campinas.
Acho que já falei isso, mas dane-se. Se você me aguentou agora vai tolerar umas piadas repetidas.
Inglês foi a língua da noite.
E a pequena não entendia nada.
Caramba, deve ter pensado ela, gasto minha vida inteira aprendendo uma língua e esses caras agora decidem trocar tudo??!!!
Uma hora ela falou "Pára todo mundo. Vocês tão deixando a Calol maluca!!!"
A trilha sonora era feita por dois caras tocando música árabe - alaúde, tabla e vocais.
O visual, o cheiro e os sabores me fizeram ter de novo a sensação de que estou em outro planeta.
O pior é que eu tinha parado o carro no estacionamento do Souq (mercado) do hotel, que era longe pacas e na subida. Já pensou como foi a tarefa de carregar este colossinho por meia hora?
Nem preciso de academia.
Também nem preciso falar no tamanho da conta...não quero deixar ninguém chocado.
Use sua imaginação.
A vida é uma aventura ousada, ou nada.
Mas a comida e a vista são boas.
Sunday, October 16, 2005
Homens do deserto.
Todo dia eu vejo algo interessante e, como fiquei quase duas semanas sem postar, tem pilhas de coisas novas para descrever.
Tentem criar uma campanha mundial e correr atrás de uma menininha de 2 anos para entender o porquê do meu desaparecimento recente.
O que eu tenho para contar hoje tem a ver com os locais - os dubaianos - e sua relação com o deserto.
Este lugar inóspito para nós brasucas é objeto de adoração para eles.
Especialmente agora que estamos no Ramadã essa história ficou aparente. Toda noite volto pela Al Khail Road - uma estrada moderna que, em português, se chamaria Estrada dos Cavalos. Ela passa pelo meio do deserto - na borda da cidade de Dubai. E, como todo deserto de filme, está cheio de dunas. E eles param no acostamento com suas SUVs gigantes - a versão moderna dos camelos - e sobem nas dunas para conversar. Toda noite eles estão lá. Dúzias de carrões e seus donos, curtindo a noite no deserto. Como beduínos modernos armados de celulares em vez de cimitarrras.
Achou estranho?
Então imagina você numa fila por uma hora para entrar em uma danceteria onde a música é alta, a cerveja é quente, o preço é alto e o atendimento é péssimo.
Eu fico com o deserto.
Todo dia eu vejo algo interessante e, como fiquei quase duas semanas sem postar, tem pilhas de coisas novas para descrever.
Tentem criar uma campanha mundial e correr atrás de uma menininha de 2 anos para entender o porquê do meu desaparecimento recente.
O que eu tenho para contar hoje tem a ver com os locais - os dubaianos - e sua relação com o deserto.
Este lugar inóspito para nós brasucas é objeto de adoração para eles.
Especialmente agora que estamos no Ramadã essa história ficou aparente. Toda noite volto pela Al Khail Road - uma estrada moderna que, em português, se chamaria Estrada dos Cavalos. Ela passa pelo meio do deserto - na borda da cidade de Dubai. E, como todo deserto de filme, está cheio de dunas. E eles param no acostamento com suas SUVs gigantes - a versão moderna dos camelos - e sobem nas dunas para conversar. Toda noite eles estão lá. Dúzias de carrões e seus donos, curtindo a noite no deserto. Como beduínos modernos armados de celulares em vez de cimitarrras.
Achou estranho?
Então imagina você numa fila por uma hora para entrar em uma danceteria onde a música é alta, a cerveja é quente, o preço é alto e o atendimento é péssimo.
Eu fico com o deserto.
Gui 1x0 Tim Delaney
A campanha de Emirates fez um sucesso e recebi um monte de comentários positivos de todos os lados.
E-mails bacanas, pessoas me parando no corredor.
Me faz quase ficar feliz por ter passado por 3 meses de privações e pressões enormes de todos os lados para entregar esta campanha.
Eu já estava acostumado a ter muita gente envolvida em projetos grandes, mas agora foi demais.
Do CEO da agência até o atendimento júnior todo mundo tinha algo a dizer. E o panaca aqui tinha que gerenciar todas as expectativas e tentar entregar um material coerente.
A primeira apresentação foi na semana passada, na terça, dia 11. Claro que depois de uma noite em claro. Para não perder o costume das grandes concorrências.
Foi muito cansativa. Dormi só uma hora e vim correndo para a agência para terminar as últimas peças.
Tudo terminado fiquei esperando a hora de entrar na reunião, que se arrastava por horas. Sentadinho numa poltrona por umas duas horas. Sem comer nada desde a manhã. E isso eram 4 horas da tarde.
Mas a adrenalina estava lá - e é disso que eu preciso quando vou apresentar algo.
A apresentação foi ótima. Pelo menos eu me senti ótimo e o feedback foi excelente. Disseram na hora que o trabalho é muito melhor do que o apresentado pela Leagas Delaney de Londres, pela Saatchi Saatchi de Hamburgo e por uma agência poderosa de Nova Iorque que eu não lembro o nome.
Melhor. No dia seguinte eles disseram que iríamos apresentar para os rolas-grossa de Emirates. Caras que nunca dão as caras para agência nenhuma, se é que você entende.
E essa apresentação foi hoje. Estou no escritório desde as 7h30 da matina. Fomos para a Emirates ao meio dia e a apresentação começou uma da tarde. De novo sem almoço e com muita adrenalina - e agora com casa cheia.
A apresentação privê para os roludos acabou sendo um festival com mais de 15 pessoas do lado do cliente.
Mais uma vez tudo foi muito bem e, ao final, eles colocaram todas as campanhas na mesa e começaram a fazer comentários.
Nestas horas em geral eu desligo porque não tem nada que me diga respeito. 90% são comentários bestas que o pessoal mais júnior faz para impressionar os chefes. E em geral são um porre. De vez em quando alguém faz uma pergunta e você responde da maneira mais apaixonada possível - e depois volta para a letargia.
Essa letargia também é causada pela excitação da apresentação - no final de uma apresentação importante você tem a sensação de que é um pedaço de maria-mole. Não dá vontade de fazer mais nada.
O pior é que você volta e tem toneladas de coisas para fazer.
Assim é a vida.
Muito bom para uma agência que nem tinha sido convidada para a concorrência no começo.
Entramos de bicões e mandamos ver.
A seguir cenas dos próximos capítulos.
A campanha de Emirates fez um sucesso e recebi um monte de comentários positivos de todos os lados.
E-mails bacanas, pessoas me parando no corredor.
Me faz quase ficar feliz por ter passado por 3 meses de privações e pressões enormes de todos os lados para entregar esta campanha.
Eu já estava acostumado a ter muita gente envolvida em projetos grandes, mas agora foi demais.
Do CEO da agência até o atendimento júnior todo mundo tinha algo a dizer. E o panaca aqui tinha que gerenciar todas as expectativas e tentar entregar um material coerente.
A primeira apresentação foi na semana passada, na terça, dia 11. Claro que depois de uma noite em claro. Para não perder o costume das grandes concorrências.
Foi muito cansativa. Dormi só uma hora e vim correndo para a agência para terminar as últimas peças.
Tudo terminado fiquei esperando a hora de entrar na reunião, que se arrastava por horas. Sentadinho numa poltrona por umas duas horas. Sem comer nada desde a manhã. E isso eram 4 horas da tarde.
Mas a adrenalina estava lá - e é disso que eu preciso quando vou apresentar algo.
A apresentação foi ótima. Pelo menos eu me senti ótimo e o feedback foi excelente. Disseram na hora que o trabalho é muito melhor do que o apresentado pela Leagas Delaney de Londres, pela Saatchi Saatchi de Hamburgo e por uma agência poderosa de Nova Iorque que eu não lembro o nome.
Melhor. No dia seguinte eles disseram que iríamos apresentar para os rolas-grossa de Emirates. Caras que nunca dão as caras para agência nenhuma, se é que você entende.
E essa apresentação foi hoje. Estou no escritório desde as 7h30 da matina. Fomos para a Emirates ao meio dia e a apresentação começou uma da tarde. De novo sem almoço e com muita adrenalina - e agora com casa cheia.
A apresentação privê para os roludos acabou sendo um festival com mais de 15 pessoas do lado do cliente.
Mais uma vez tudo foi muito bem e, ao final, eles colocaram todas as campanhas na mesa e começaram a fazer comentários.
Nestas horas em geral eu desligo porque não tem nada que me diga respeito. 90% são comentários bestas que o pessoal mais júnior faz para impressionar os chefes. E em geral são um porre. De vez em quando alguém faz uma pergunta e você responde da maneira mais apaixonada possível - e depois volta para a letargia.
Essa letargia também é causada pela excitação da apresentação - no final de uma apresentação importante você tem a sensação de que é um pedaço de maria-mole. Não dá vontade de fazer mais nada.
O pior é que você volta e tem toneladas de coisas para fazer.
Assim é a vida.
Muito bom para uma agência que nem tinha sido convidada para a concorrência no começo.
Entramos de bicões e mandamos ver.
A seguir cenas dos próximos capítulos.
Monday, October 10, 2005
Hoje o dia pegou e ainda está pegando.
A campanha de Emirates está rolando a todo vapor e, como nos velhos tempos, devo ficar no trabalho até de madrugada.
Assim que terminar esta correria vou voltar a postar com mais regularidade.
Por enquanto o que eu posso fazer é sobreviver a esta noite.
Quem disse que eu iria ter moleza aqui em Dubai?
Vamos que vamos...
A campanha de Emirates está rolando a todo vapor e, como nos velhos tempos, devo ficar no trabalho até de madrugada.
Assim que terminar esta correria vou voltar a postar com mais regularidade.
Por enquanto o que eu posso fazer é sobreviver a esta noite.
Quem disse que eu iria ter moleza aqui em Dubai?
Vamos que vamos...
Sunday, October 09, 2005
Thursday, October 06, 2005
Para a frente, sempre.
Ainda estou tomando fôlego para contar como foi a chegada das minhas meninas.
Posso adiantar que foi fantástica. Minha vida já está totalmente diferente. Agora faço de tudo para chegar o mais rápido possível em casa.
O problema é que o nosso condomínio é longe de tudo. E em Dubai tudo é longe de tudo. Sem carro você não chega a lugar nenhum.
É uma metáfora da sua vida. Se você não estiver no controle, não chega a lugar nenhum.
Se estiver com alguém na direção, pode ser que o lugar em que chegue não seja o lugar em que queria estar - e pode demorar muito mais do que gostaria.
Por isso vou comprar um carrão, porque além de chegar no lugar que quero, ainda posso passar por cima dos outros.
E a gasolina ainda é barata.
A rua, digo, a vida não é linda?
Ainda estou tomando fôlego para contar como foi a chegada das minhas meninas.
Posso adiantar que foi fantástica. Minha vida já está totalmente diferente. Agora faço de tudo para chegar o mais rápido possível em casa.
O problema é que o nosso condomínio é longe de tudo. E em Dubai tudo é longe de tudo. Sem carro você não chega a lugar nenhum.
É uma metáfora da sua vida. Se você não estiver no controle, não chega a lugar nenhum.
Se estiver com alguém na direção, pode ser que o lugar em que chegue não seja o lugar em que queria estar - e pode demorar muito mais do que gostaria.
Por isso vou comprar um carrão, porque além de chegar no lugar que quero, ainda posso passar por cima dos outros.
E a gasolina ainda é barata.
A rua, digo, a vida não é linda?
Monday, October 03, 2005
Einstein e Dubai.
O tempo é realmente relativo.
O dia de hoje não acaba nunca. As horas se arrastam. Os ponteiros do relógio parecem presos numa gelatina que faz cada segundo demorar o dobro.
Estou meio anestesiado. Não parece que está acontecendo.
Acho que me acostumei a viver o dia inteiro com saudade. Acabou virando parte de mim essa sensação de vazio, falta de algo maior que você que costumamos chamar de saudade - e que é um mistério para aqueles que falam inglês, já que eles não tem uma palavra equivalente para este sentimento tão intenso. E acho que não tem esse termo também em árabe, mas tenho certeza.
Não consigo me imaginar sem saudade. É como se esta sensação estivesse comigo desde sempre.
Como será a hora em que se abrirem as portas e a saudade se for?
Se os ponteiros do relógio colaborarem, amanhã vou produzir um relato completo.
O tempo é realmente relativo.
O dia de hoje não acaba nunca. As horas se arrastam. Os ponteiros do relógio parecem presos numa gelatina que faz cada segundo demorar o dobro.
Estou meio anestesiado. Não parece que está acontecendo.
Acho que me acostumei a viver o dia inteiro com saudade. Acabou virando parte de mim essa sensação de vazio, falta de algo maior que você que costumamos chamar de saudade - e que é um mistério para aqueles que falam inglês, já que eles não tem uma palavra equivalente para este sentimento tão intenso. E acho que não tem esse termo também em árabe, mas tenho certeza.
Não consigo me imaginar sem saudade. É como se esta sensação estivesse comigo desde sempre.
Como será a hora em que se abrirem as portas e a saudade se for?
Se os ponteiros do relógio colaborarem, amanhã vou produzir um relato completo.
Sunday, October 02, 2005
A não-aventura.
Hoje cortei o cabelo pela segunda vez desde que cheguei em Dubai.
Estou no meio de uma loucura de trabalho e as meninas chegam amanhã. Imaginem como está a minha cabeça...
Como estava sem tempo fui a um barbeiro, ou cabelereiro, perto das Emirates Towers. Pelo estilo dos caras eles devem ser libaneses.
Não teve nem metade da graça da vez em que cortei o cabelo naquele salão indiano no meio de Bur Dubai.
E, claro, custou 4 vezes o preço.
Estou ficando tão acostumado com ter uma aventura depois da outra que, quando as coisas acontecem de uma maneira previsíve,l parece que a experiência parou no meio do caminho.
Que venham novos desafios!
Hoje cortei o cabelo pela segunda vez desde que cheguei em Dubai.
Estou no meio de uma loucura de trabalho e as meninas chegam amanhã. Imaginem como está a minha cabeça...
Como estava sem tempo fui a um barbeiro, ou cabelereiro, perto das Emirates Towers. Pelo estilo dos caras eles devem ser libaneses.
Não teve nem metade da graça da vez em que cortei o cabelo naquele salão indiano no meio de Bur Dubai.
E, claro, custou 4 vezes o preço.
Estou ficando tão acostumado com ter uma aventura depois da outra que, quando as coisas acontecem de uma maneira previsíve,l parece que a experiência parou no meio do caminho.
Que venham novos desafios!
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