Pindorama
Foi fogo.
Passar 30 horas viajando nem para Amyr Klink falar que é bolinho.
Ainda mais quando tem uma menininha de 3 anos extremamente vocal, energética e mandona trancada dentro de uma extremamente apertada e claustrofóbica classe econômica.
Ninguém merece. Bom, ninguém merece ser pobre, mas é este o caso de quem viaja de classe econômica - os pobres da classe rica - porque pobre de verdade viaja em ônibus velho apinhado, trem lotado, lombo de jegue e a pé mesmo.
Classe econômica só foi criada para você desejar a classe executiva. É a típica concretizaçâo da máxima "os fins justificam os meios". Os fins - chegar ao seu destino - justificam os meios - o processo de desumanização do ser humano empreendido pelos engenheiros de avião, decoradores de interior de avião, cozinheiros e comissários de bordo, todos obviamente contratados dos campos de reeducação do Camboja e da China.
Você chega de viagem sem identidade, sem vontade e sem uma boa idéia de onde está. Uma voz gutural no fundo da sua cabeça apenas diz "pegue suas coisas e corra daqui". E eis você no seu fim.
E aqui estamos nós, sofrendo da diferença de fuso, do jet lag, do cansaço físico normal mas felizes.
Que bom é ver o verde natural em vez da monotonia do amarelo do deserto. Que bom é sentir frio que não é de ar-condicionado. Que bom é ficar fora de casa e não se sentir como um picolé de limão deixado no asfalto no sol de meio-dia. Que bom é poder comer amendoim japonês Mendorado sem ter que economizar.
É bom estar no Brasil. Mas estas são apenas uma das poucas razões.
As outras a gente está curtindo a cada novo momento.
1 comment:
bem-vindos.
Gui, vê se não esquece: domingo tem Faustão, pra vc matar as saudades.
bj a todos
mauro
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