Thursday, April 22, 2010

Totó, nós não estamos mais no Kansas...

A vida passa muito rápido e às vezes a única maneira de perceber isso é quando acontece algo realmente marcante.

Eu não me sinto muito diferente da minha versão de doze anos de idade. Eu continuo adorando jogar videogames, comer macarrão à bolonhesa e ler livros de ficção científica. Muita coisa mudou, claro, mas sem eventos importantes você pode sentir que as mudanças foram poucas.

A primeira coisa que me vem a cabeça foi ter passado no vestibular. Ei, passar no vestibular era coisa para gente grande, adultos com as caras pintadas e os cabelos raspados. Eu lembro assistindo os comerciais de cursinhos - lembra aquele comercial psicodélico do Etapa? (esta é para o público com mais de 35 anos de idade). Tudo aquilo parecia tão distante, os vestibulandos e universitários tão...adultos.

Mas um dia eu acordo e estou eu lá. De cabelo raspado indo morar sozinho em São Paulo. Sozinho não - numa república! Coisa de adulto.

Este foi um marco.

Outro dia eu acordo com um emprego, meu próprio apartamento e contas para pagar. Independência - e outro marco.

No outro momento estou posando para uma foto de casamento - meu próprio casamento. Mais um.

Estes eventos vão se sucedendo e fazem você parar para pensar.

Aí você se vê assistindo ao nascimento de sua filha e sente que o mundo deu muitas voltas, apesar de você continuar jogando videogame.

O próximo momento acontece quando estou dirigindo para casa de volta do trabalho. As placas estão em inglês e árabe. Estou em Dubai trabalhando há alguns meses. Uau!

Esses momentos de choque e maravilhamento vão se acumulando.

A última aconteceu recentemente. Em fevereiro, para ser mais exato. O meu chefe me chamou para uma reunião e disser que uma reestruturação estava para acontecer e que eu não seria mais diretor de criação da Young & Rubicam Dubai. A partir do mês seguinte eu deixaria de trabalhar para Dubai e passaria a ser diretor de criação regional para Norte da África e Oriente Médio. Catorze países. Infinitas responsabilidades. Mais um grande frio na barriga.

E a vida segue em frente, sempre arrumando um jeito de mostrar para você que tudo muda e que seguimos em frente.

Mas eu continuo gostando de macarrão à bolonhesa.

1 comment:

Drisalvia said...

Gui, parabéns! eu sabia que vc ia chegar longe desde os tempos da ECA... só não sabia que era TAO longe hehehehe, vai um queijo ralado ai?