A vida passa muito rápido e às vezes a única maneira de perceber isso é quando acontece algo realmente marcante.
Eu não me sinto muito diferente da minha versão de doze anos de idade. Eu continuo adorando jogar videogames, comer macarrão à bolonhesa e ler livros de ficção científica. Muita coisa mudou, claro, mas sem eventos importantes você pode sentir que as mudanças foram poucas.
A primeira coisa que me vem a cabeça foi ter passado no vestibular. Ei, passar no vestibular era coisa para gente grande, adultos com as caras pintadas e os cabelos raspados. Eu lembro assistindo os comerciais de cursinhos - lembra aquele comercial psicodélico do Etapa? (esta é para o público com mais de 35 anos de idade). Tudo aquilo parecia tão distante, os vestibulandos e universitários tão...adultos.
Mas um dia eu acordo e estou eu lá. De cabelo raspado indo morar sozinho em São Paulo. Sozinho não - numa república! Coisa de adulto.
Este foi um marco.
Outro dia eu acordo com um emprego, meu próprio apartamento e contas para pagar. Independência - e outro marco.
No outro momento estou posando para uma foto de casamento - meu próprio casamento. Mais um.
Estes eventos vão se sucedendo e fazem você parar para pensar.
Aí você se vê assistindo ao nascimento de sua filha e sente que o mundo deu muitas voltas, apesar de você continuar jogando videogame.
O próximo momento acontece quando estou dirigindo para casa de volta do trabalho. As placas estão em inglês e árabe. Estou em Dubai trabalhando há alguns meses. Uau!
Esses momentos de choque e maravilhamento vão se acumulando.
A última aconteceu recentemente. Em fevereiro, para ser mais exato. O meu chefe me chamou para uma reunião e disser que uma reestruturação estava para acontecer e que eu não seria mais diretor de criação da Young & Rubicam Dubai. A partir do mês seguinte eu deixaria de trabalhar para Dubai e passaria a ser diretor de criação regional para Norte da África e Oriente Médio. Catorze países. Infinitas responsabilidades. Mais um grande frio na barriga.
E a vida segue em frente, sempre arrumando um jeito de mostrar para você que tudo muda e que seguimos em frente.
Mas eu continuo gostando de macarrão à bolonhesa.
1 comment:
Gui, parabéns! eu sabia que vc ia chegar longe desde os tempos da ECA... só não sabia que era TAO longe hehehehe, vai um queijo ralado ai?
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