A Pajero Morreu. Viva a Pajero.
Costumava dizer que não tinha um carro, tinha um relacionamento.
E, como uma boa parte dos relacionamentos, acabou de uma forma horrível.
Eu sei que a Pajero sempre foi uma fonte segura de histórias engraçadas - de se contar, não de se viver, diga-se de passagem.
Nada como ficar náufrago em uma das estradas mais movimentadas e perigosas do Oriente Médio - e por consequência do mundo - num sábado à noite no meio tempestade de areia COM CHUVA. (Acho que isso foi um quadro de um programa de pegadinhas produzido por uma super-inteligência alienígena)
Nada como o radiador explodir e te deixar não mão por algumas horas em um dos dias mais quentes do ano.
E tem mais, muito mais.
Há uns 3 meses mais ou menos aconteceu de novo.
Estava na fase final de produção do comercial de Ford Edge. Caro, complicado e com mil e um problemas durante a filmagem finalmente chegou o momento de ver a edição final feita pelo diretor.
Todo o projeto já tinha sido traumático.
Um diretor despreparado e fraco - não sabíamos porque como é comum aqui, ele foi "importado" para o projeto. Estávamos comprando um amontoado de comerciais interessantes e a promessa de que ele era o cara que precisávamos, feita pela companhia que estava produzindo o projeto. Não era.
Uma produção cheia de problemas, desapontamentos e discussões.
Efeitos especiais que não foram.
E, finalmente, a edição final das imagens...
Não funcionou. A edição ficou péssima, a história que queríamos contar não estava lá. Tudo errado.
Aí, tal qual o juiz Nicholas Marshall, tive que fazer justiça com as próprias mãos. Mandamos o diretor embora e sentei na ilha de edição e fiz a minha versão, que acabou indo para o ar.
Mas isso é só parte da história. Isso porque estamos aqui para falar da Pajero. E é claro que a Pajero estava lá para deixar a história mais interessante...
Voltando um pouco no tempo, a gente tinha combinado com um grupo de amigos brasileiros passar o fim de semana no Sandy Beach Hotel em Fujeirah, agora conhecido como Sandy Júnior Hotel. Para os meus leitores assíduos, Sandy Beach é o hotel onde aconteceu o episódio da areia quente.
Iamos passar o final de semana lá com a moçada brazuca. Praia, churrasco, cerveja e muito bate-papo. Receita de sucesso.
Voltando ainda mais no tempo. Imagine a sua esposa proprietária de um carro de luxo com a revisão atrasada. Agora imagine o marido pentelhando a cada 3 dias para que ela fizesse a revisão. Então imagine que a esposa está trabalhando num lançamento para um mega-produto e não tem tempo - nem cabeça - para levar o carro para revisão. E não deixe de levar em consideração que ela estava fazendo o trabalho de pelo menos 4 pessoas. Agora pense em um marido que continua pentelhando para levar o carro para a revisão, apesar de tudo.
No final o marido triunfa! Sim, vamos levar o carro para revisão.
Mas a gente viaja hoje à noite para a praia, diz ela.
Não tem problema. A gente deixa seu carro para a revisão de manhã e ele fica pronto no fim do dia, diz ele.
Esta revisão vai tomar 2 dias. Diz o sujeito responsável pela oficina na Nissan. Vocês gostariam de apenas trocar o óleo e fazer a primeira parte hoje e depois deixar o carro para o resto?
Não. Vamos deixar o carro aqui de uma vez. Pára de adiar essa coisa. A gente vai com a Pajero, diz o marido cheio de confiança.
E, como eu tenho que passar o dia na produtora fazendo a edição final do comercial, você já pode ficar com meu carro, diz ele ainda mais feliz como sua capacidade de arrumar soluções brilhantes para problemas complexos, fazendo tudo parecer simples.
OK, diz ela sem muito entusiasmo.
O primeiro sinal de que iria ser um longo dia apareceu quando fomos pegar a Pajero. Ela não ligava. Não tem problema, é só dar uma mexidinha no cabo da bateria que tudo funciona. E funcionou.
O combinado era que ela iria me pegar na produtora e estaríamos na estrada no começo da noite. Se tudo desse certo seis da tarde já estaríamos indo rumo à praia.
Claro que não deu.
Imaginem o cenário: uma esposa furiosa esperando no carro por quase 2 horas e um marido se sentindo como um revolucionário mexicano indo para o paredón - lutando por uma grande causa, mas sem esperanças de sobrevivência. Foram umas vinte chamadas falando "só mais 5 minutinhos".
Aí vem a ligação dela.
"Vou até um posto de gasolina para comprar algo para comer. Nós duas estamos famintas."
Para vocês terem uma idéia, me senti como uma gazela acuada por uma leoa que passou 3 semanas comendo só iogurte light.
10 minutos depois - e 2 horas e pouco depois da hora combinada - finalmente saio da produtora. E ali está ela, minha adorada esposa e minha linda filhinha me esperando na minha fantástica Pajero.
Foi rápido, falei. Nós não fomos, ela respondeu.
– ??????
O carro não está ligando, ela completou.
E não só não estava ligando como não ligou por outros 10 dias. E dessa vez não era a bateria, era algo muito mais complicado - e caro, para variar.
Ali estávamos nós nominalmente com 2 carros mas com nenhum carro real.
Derrotados e estressadíssimos, voltamos para casa, de taxi. Chega de viagem, quero a paz da não-existência.
Mas admitir a derrota seria demais. Ainda mais porque estávamos pagando pelo hotel.
No final acabamos alugando um carro e indo para a praia - isso mesmo, alugando um carro.
Praia, churrasco, cerveja, mergulho, muito bate-papo e nada de queimar o pé na areia quente.
Mas as aventuras com a Pajero não pararam aí. Acho que nosso relacionamento pode ser comparado com o dos personagens de A Guerra dos Roses. Só que neste caso era só eu que levava na cabeça. Eu pensava em divórcio mas, como todo relacionamento ruim, a gente vai levando. Resta a esperança de que um dia as coisas vão melhorar.
Em relacionamentos ruins sempre existe uma chance.
Mas acreditem em mim quando digo algo sobre carros velhos: as coisas só pioram.
Óbvio que o conserto saiu caro para caramba, demorou muito mais do que o esperado e os caras não fizeram tudo direito. Melhor ainda porque eu fiz tudo na concessionária, para ter certeza de que o carro ia receber o melhor serviço disponível.
Uma beleza.
Corta para três meses depois. Três meses sem problema no carro. Começo a achar que ainda há esperança. É uma sexta-feira - o que para equivale ao sábado para o planeta Tupiniquim. É um dia complicadíssimo. Tem um almoço com amigos, uma apresentação grande de campanha - que por coincidência era para uma empresa brasileira, que por coincidência era conta mundial da Y&R, e por coincidência parte da galera brazuca que estava no almoço ia estar na apresentação porque eles trabalham na tal empresa, a Perdigão - Perdix aqui no Oriente Médio e no resto do mundo - e logo depois da apresentação é hora de voltar para casa correndo porque minha digníssima esposa e minha filhota estão indo para a França para passar 10 dias com meus sogros, que estão dando um rolê pelo velho continente antes de darem uma parada nas quentes areias da Las Vegas do Oriente Médio.
Vamos adicionar um grau de dificuldade maior na coisa toda: o carro da minha digníssima esposa está com o licenciamento atrasado em sem seguro. Qual a solução? Vamos de Pajero!
O almoço para mim foi quase um pitstop. Comi 10% do que gostaria, 1% dos itens disponíveis no ultra-mega buffet master-blaster em que fomos. (Acho que o hotel era o Crowne Plaza) E, claro, paguei o preço inteiro. Acho que a única coisa que não tinha disponível era carne de cachorro, mas não tenho certeza, não deu tempo de ver tudo.
De lá corro para a agência para dar uma última olhada no trabalho antes da apresentação - de taxi. Minha digníssima fica com o carro porque tem que voltar para casa e aprontar as malas.
Óbvio que a apresentação que a gente imaginava que iria durar apenas uma hora acaba tomando quase 3 horas.
Depois do taxi para casa sobram apenas algumas horas antes de ir para o aeroporto. E todo mundo sabe como mulheres são seres tensos quando estão preparando as malas. Parece que elas estão se preparando para um holocausto nuclear logo depois que os mísseis foram lançados.
Se faltar uma escova de dente a espécie humana corre o risco de extinção.
Bom, pelo menos é esta a sensação.
Saímos duas horas e meia antes do vôo - tempo que não é o suficiente para se sentir completamente confortável, mas em meia horinha a gente chega lá. Vai dar tudo certo.
Com a Carolina vai dormindo no banco de trás a Dri me anuncia:
- Não consegui trocar dinheiro.
- O que??!!!
Tensão no ar.
- Não deu tempo. Fiquei arrumando as coisas e esperei você me ligar.
- Eu entendo completamente. Você estava ocupadíssima nos 20 dias que antecederam a viagem e não conseguiu dar uma parada para trocar dinheiro e agora deixou tudo para o último minuto...
Uma coisa que eu não admito é que minha esposa aja exatamente como eu. Como a gente pode imaginar que um relacionamente funcione deste jeito?
Complicado, mas com uma solução à vista. É só passar num caixa automático, tirar dinheiro e trocar em uma casa de câmbio no aeroporto.
Foi exatamente quando eu estava fazendo meus planos para resolver este pequeno problema que o batuque começou.
Foi aí que o GRANDE PROBLEMA começou.
O batuque é o barulho que a Pajero faz quando o motor tem um superaquecimento. Parece o som de uma escola de samba em que a bateria é toda composta por membros da realeza britânica. Imagina a Rainha Elizabeth com um agogô.
É essa a idéia.
So posso dizer que na hora não foi nada engraçado. Isso significava que o carro ia parar a qualquer momento. No meio de uma das estradas mais movimentadas - e perigosas - do Oriente Médio. No meio do deserto, sem um posto de gasolina a vista.
Show de horrores.
Agora imaginem a cena: sua filhinha está dormindo no banco de trás, você está atrasado para pegar um vôo internacional, no meio do deserto, longe de tudo e de todos e com caminhões passando a toda velocidade do seu lado. O que fazer?
Essa é a hora em que sua cabeça começa a funcionar furiosamente para encontrar uma saída. Arrumar um taxi iria demorar demais - sexta-feira à noite é quando todo mundo sai. A primeira idéia foi de dar um jeito do carro funcionar.
Superaquecimento significa falta de água no radiador. Arruma-se água, funciona-se o carro. Simples assim.
Simples quando você não está no meio do deserto e a única água por perto é a saliva na sua boca.
Procurando na bagunça do carro achamos duas garrafinhas de água com um restinho dentro. Um bom começo.
Mas pense duas vezes antes de abrir o radiador e despejar água dentro depois de um superaquecimento. É como ver um gêiser em atividade, sem uma câmera fotográfica para documentar e mostrar para os amigos. Falo isso por experiência própria.
Claro que as garrafinhas não deram nem para o cheiro por isso passei para o plano B - tentar arrumar ajuda com um caminhoneiro para conseguir água para o carro funcionar.
Depois de meia hora acenando para caminhões e sendo quase completamente ignorado (acho que pelo menos uns dois caminhoneiros devem ter pensado em passar por cima de mim só para quebrar a monotonia) chegou o momento "think outside the box". Como Dri já estava tentando entrar em contato com um taxi, sem sorte era a hora de tentar algo diferente, muito diferente.
Agora tente imaginar duas pessoas adultas tentando encher garrafinhas de água com a água do limpador de pára-brisa - com os limpadores de pára-brisa em movimento.
Patético, desesperado e, no fim, inútil porque não deu nem para deixar o radiador úmido.
E o tempo estava passando. Faltava apenas pouco mais de uma hora para o vôo. Hora de tentar algo novo. Novo como torcer para que um taxi aparecesse.
Finalmente, depois de vários alarmes falsos e a sensação de que nada mais podia dar errado, conseguimos que um taxi parasse. Jogamos toda a bagagem no porta-malas e corremos para o aeroporto, abandonando a moribunda Pajero na estrada.
Mas a noite ainda era uma criança.
Chegando no aeroporto uma hora antes do vôo - e sabendo que eles páram o check-in 45 minutos antes da decolagem - não havia espaço para erros. A sensação era de estar jogando um videogame em que o nível de dificuldade só aumenta.
Depois de passar pelo raio-x que dá acesso à area de check-in um funcionário chega para mim e diz que pessoas que não tem passagem não podem ficar na área de check. Começo a xingar ele em português com um sorriso nos lábios, como se estivesse falando as coisas mais doces e amigáveis - coisa que fiz muito naquela noite. Para conseguir ficar lá eu teria que pegar uma permissão, deixar meu documento e, como sempre em Dubai, pagar.
Mas eu ainda precisava pegar o dinheiro para minhas meninas poderem viajar. Deixei as duas no check-in - a Carolina ainda dormindo pesadamente e corri para o caixa eletrônico. Como meu caro leitor já deve estar imaginando, alguma coisa deve ter dado errado. E deu.
Meu cartão não funcionou em um caixa, tentei outro. Nada.
Corri para a área de desembarque onde um tem um saguão com uns 20 caixas automáticos de 14 bancos diferentes. Tentei uns seis e todos deram mesma mensagem - acesso não disponível. Achando que tinha um problema com meu cartão liguei para o banco. Coitado do cara que atendeu a ligação.
Explicação: toda noite, da meia-noite às 2 da manhã os bancos fazem uma consolidação da base de dados e os caixas ficam indisponíveis. Mas provavelmente os sistema já estaria liberado à uma e meia - meia hora depois da decolagem do vôo das minhas mulheres. Lindo.
Por sorte - enfim algo que não deu errado - achei uns dólares perdidos na minha carteira, o suficiente para elas fazerem uma viagem tranquila. De vez em quando vale a pena ser desorganizado.
Agora só faltava entrar na área de check-in para entregar o dinheiro, o que significou pegar a tal permissão, pagar, xingar o funcionário que me barrou de novo em português com uma expressão na minha cara de que ele era o meu melhor amigo. O cara era só sorrisos enquanto eu amaldiçoava até a terceira geração da família do desgraçado. Bom para desestressar.
Beijos e abraços rápidos no embarque e lá vão elas para sua aventura na França - e lá vou tentar resgatar o meu carro abandonado. Eram meia-noite e meia.
Peguei um taxi e pedi para o motorista parar em um posto de gasolina para que eu pudesse comprar água. Comprar água mineral para colocar no radiador me pareceu uma coisa tão ridícula que cheguei a pensar em comprar água mineral com sabor, para tornar a situação ainda mais memorável. Como essa piada iria sair muito cara - e eu seria o único a aproveitá-la - decidi deixar para lá.
Cinco garrafas de água mineral depois o carro continuava tão moribundo como antes. Nenhum sinal de vida. Solução: ligar para um amigo às duas da manhã e pedir para ele te ajudar a achar o telefone de um guincho.
Quatro e meia da manhã finalmente chego em casa derrotado, exaurido, depois de deixar a finada Pajero no pátio de uma oficina mecânica.
Durante a semana o mecânico me liga e diz que o motor já era.
The engine is gone, the engine is no more, it's an ex-engine.
A Pajero se foi.
Um divórcio litigioso que vai custar muito dinheiro para o marido.
Monday, June 25, 2007
Tuesday, June 12, 2007
2 anos.
Dia 12 de junho de 2005 foi o dia em que deixei o Brasil.
Quando cheguei aqui e passei minhas primeiras semanas pensava que não ia aguentar dois meses.
Quanto tempo tenho que ficar num lugar para poder dizer que morei lá? Seis meses? Nove meses?
Não posso fraquejar, pensava. Todo mundo está na maior expectativa para que minhas aventuras dêem certo...
Tem horas que o espírito aventureiro não é o suficiente para te manter no curso.
Nos primeiros meses o medo de decepcionar as pessoas ajudou bastante a engolir a saudade e seguir em frente.
O iPod também ajudou.
Ler tudo que caía na minha mão também.
Mergulhar de cabeça no trabalho ajudava a passar o tempo.
Ir ao cinema, escrever no blog, comer cachorro-quente...
2 empregos, duas casas, um carro que vive quebrando desde o começo (rende boas histórias mas garanto que não é nada divertido vivê-las) e continua quebrando um ano e meio depois, muitos cachorros-quentes, muitos cachorros-quentes depois estou aqui.
730 dias que parecem que foram 7.300.
Às vezes parecem apenas duas semanas.
Mas dois anos são o suficiente para contar para os amigos que você morou fora, não acha?
Dia 12 de junho de 2005 foi o dia em que deixei o Brasil.
Quando cheguei aqui e passei minhas primeiras semanas pensava que não ia aguentar dois meses.
Quanto tempo tenho que ficar num lugar para poder dizer que morei lá? Seis meses? Nove meses?
Não posso fraquejar, pensava. Todo mundo está na maior expectativa para que minhas aventuras dêem certo...
Tem horas que o espírito aventureiro não é o suficiente para te manter no curso.
Nos primeiros meses o medo de decepcionar as pessoas ajudou bastante a engolir a saudade e seguir em frente.
O iPod também ajudou.
Ler tudo que caía na minha mão também.
Mergulhar de cabeça no trabalho ajudava a passar o tempo.
Ir ao cinema, escrever no blog, comer cachorro-quente...
2 empregos, duas casas, um carro que vive quebrando desde o começo (rende boas histórias mas garanto que não é nada divertido vivê-las) e continua quebrando um ano e meio depois, muitos cachorros-quentes, muitos cachorros-quentes depois estou aqui.
730 dias que parecem que foram 7.300.
Às vezes parecem apenas duas semanas.
Mas dois anos são o suficiente para contar para os amigos que você morou fora, não acha?
Thursday, June 07, 2007
"Por que fazer hoje algo que você pode fazer amanhã?"
Barão de Itararé
Venho ensaiando uma volta aos posts faz um tempo.
De vez em quando tem coisas que você precisa - e mesmo deseja ardentemente - fazer, mas a inércia te faz adiar o máximo possível, sem razão aparente.
Na minha cabeça as coisas funcionaram mais ou menos assim:
"Hoje eu sento e escrevo alguma coisa"
"Amanhã de manhã sem falta deixo alguma coisa escrita"
"Vou só checar umas coisas na internet aí escrevo algo no blog"
"Pô, estou cheio de histórias para contar, preciso dar uma paradinha e atualizar o blog"
"Vou resolver uns probleminhas e depois sento atualizo o blog"
"Vou jogar uma partida de paciência e depois escrevo um post"
"Deixa eu existir por um tempinho e depois vou ver se encontro uma horinha para escrever"
Desculpas nunca faltam. Falta de tempo, falta de espaço na cabeça, falta de assunto, bad hair day, espinha na nuca, muito sal na comida, falta de inspiração, calor, crise política no Quiguistão, muita pimenta na comida, muita comida, falta de talento para escrever, falta de assunto, sapato apertado, resfriado, muita pressão no trabalho, mal humor, falta de assunto e até mesmo falta de assunto.
Dizem que se o ser humano sempre encontra maneiras de justificar suas ações - ou ausência delas.
A gente encontra justificativas para comprar aquele vestinho m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o, para comer aquela bomba de chocolate extra, para corrupção, para destruir o meio ambiente, para exterminar grupos étnicos e até para atos imperdoáveis e sérios como assistir Faustão num domingo à tarde.
Podia ser pior, podia ser Zorra Total. (Programa que aliás, desejo que esteja extinto)
E de desculpa em desculpa se passaram quase 2 meses...
O que será que meus fiéis milhares de leitores vão pensar?
Bom, hoje consegui quebrar o gelo e sentei para escrever uma coisa - qualquer coisa - que fizesse este confessionário-livro de crônicas-bloco de rascunhos-carta de apresentação virtual voltar a ter um significado e uma participação na minha vida.
Dizia Lélis Sanches, pupilo e amigo, que se uma pessoa faz uma coisa por 20 dias seguidos ela se transforma em hábito.
Só faltam 19.
Ei, se você ainda está aí, fique sintonizado.
Barão de Itararé
Venho ensaiando uma volta aos posts faz um tempo.
De vez em quando tem coisas que você precisa - e mesmo deseja ardentemente - fazer, mas a inércia te faz adiar o máximo possível, sem razão aparente.
Na minha cabeça as coisas funcionaram mais ou menos assim:
"Hoje eu sento e escrevo alguma coisa"
"Amanhã de manhã sem falta deixo alguma coisa escrita"
"Vou só checar umas coisas na internet aí escrevo algo no blog"
"Pô, estou cheio de histórias para contar, preciso dar uma paradinha e atualizar o blog"
"Vou resolver uns probleminhas e depois sento atualizo o blog"
"Vou jogar uma partida de paciência e depois escrevo um post"
"Deixa eu existir por um tempinho e depois vou ver se encontro uma horinha para escrever"
Desculpas nunca faltam. Falta de tempo, falta de espaço na cabeça, falta de assunto, bad hair day, espinha na nuca, muito sal na comida, falta de inspiração, calor, crise política no Quiguistão, muita pimenta na comida, muita comida, falta de talento para escrever, falta de assunto, sapato apertado, resfriado, muita pressão no trabalho, mal humor, falta de assunto e até mesmo falta de assunto.
Dizem que se o ser humano sempre encontra maneiras de justificar suas ações - ou ausência delas.
A gente encontra justificativas para comprar aquele vestinho m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o, para comer aquela bomba de chocolate extra, para corrupção, para destruir o meio ambiente, para exterminar grupos étnicos e até para atos imperdoáveis e sérios como assistir Faustão num domingo à tarde.
Podia ser pior, podia ser Zorra Total. (Programa que aliás, desejo que esteja extinto)
E de desculpa em desculpa se passaram quase 2 meses...
O que será que meus fiéis milhares de leitores vão pensar?
Bom, hoje consegui quebrar o gelo e sentei para escrever uma coisa - qualquer coisa - que fizesse este confessionário-livro de crônicas-bloco de rascunhos-carta de apresentação virtual voltar a ter um significado e uma participação na minha vida.
Dizia Lélis Sanches, pupilo e amigo, que se uma pessoa faz uma coisa por 20 dias seguidos ela se transforma em hábito.
Só faltam 19.
Ei, se você ainda está aí, fique sintonizado.
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