Wednesday, July 13, 2005

O aniversário longe da Terra Brasilis.

Este é o meu primeiro aniversário longe das águas territoriais da terra de Macunaíma.
Engraçada essa sensação de passar um aniversário real em branco e o virtual à todo vapor.
Pois é, foram muitas mensagens, muitos minutos nos chats e muito carinho.
Aqui na agência ninguém sabia - e eu não quis contar. Quer coisa mais deprê do que alguém falando "ei, hoje é meu aniversário, sabia?". É triste e meio gay.
Não gosto deste parabéns forçado. Prefiro ser esquecido ao natural. Ah, também gosto do "feliz aniversário por que o orkut me lembrou", principalmente porque eu sou péssimo para lembrar datas e, por isso, qualquer laço no dedo já tá valendo.
Pois é, já se vão 35 invernos para o filho de Vera e Lázaro. Uma idade respeitável onde a maioria das pessoas está assentada, pronta para curtir aquele caminho tranquilo que leva ao futuro e que poucas supresas são esperadas, e desejadas.
Estou, com meus 35 aninhos, começando uma aventura da qual não vou sair o mesmo. Uma aventura que me faz ver longe e também enxergar o que está perto com mais nitidez.
Fazer aniversário longe de casa me dá a chance de olhar para tudo que aconteceu e pensar em quem sou agora.
Eu me lembro que em 1981 eu era um moleque recém-chegado do Rio, morando em Campinas no bairro do São Quirino.
Andava para cima e para baixo de ônibus e todo mundo sabe que quem anda de ônibus tem muito tempo para pensar.
Especialmente quando você está esperando por ele em um bairro afastado do centro. E esse era meu caso.
No meio de uma dessas esperas intermináveis eu tive uma idéia meio esquisita mas que nunca mais me largou.
Eu ia começar a contar. Mas não ia ser uma contagem normal - ia ser uma contagem muuuuuuuuuito lenta.
Apenas um número por ano. E engraçado é que eu nunca mais me esqueci. Cheguei ao número 25 continuo em frente.
Essa contagem me faz, por alguns momentos, estar em contato com aquele menino magrinho e imaginativo.
Eu olho nos olhos deles e o entendo. Penso em seus sonhos, desejos e me entendo.
Olho para ele e percebo o quanto a vida é extraordinária e rica. Inesperada e interessante. Às vezes a gente esquece.
Aí eu sinto que depois de todo esse tempo ele ainda está dentro de mim. Todo ano nos encontramos e nos entendemos.
E depois eu continuo no meu caminho e ele me segue em silêncio, mas sempre comigo.

Que venha o número 26!

1 comment:

mauro said...

pelo menos você já tem com quem comemorar....

depois vê se descobre como se fala 35 em dubaiês.

parabéns, cara.